A companhia do desconhecido que não se importava com a minha presença me agradava. Uma poltrona vaga em cada lado e a minha era a única mão que tinha poder sobre os flocos amarelados pela manteiga, e os transportava, do pacote à boca, sem pressa, de modo a garantir que todos os ex-milhos fossem bem saboreados. As imagens iniciais da grande tela me deixaram animada e orgulhosa por ter estudado a matéria da última prova. O assunto era exatamente o mesmo, e essa cultura extra em relação aos demais rendia-me o ambiente ainda mais confortável.
A sessão terminou e caminhei pelos corredores vazios, decorados e sonorizados à noël, até chegar ao carro. Liguei o som abaixando uma fresta do vidro. Respirei fundo. Pensei neles. Sorri. E fui para casa.
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