O amor é uma singela dormideira
Que recordo da infância em meu jardim
Por um toque à vida vem num estopim
Fecha-se idem se na ausência corriqueira.
E da vida então que súbito rasteira
Pôs no amor necessidade de ter fim
Fez minhas lágrimas montarem um motim
A defender-se de sua boca lisonjeira.
Cuspo enfim o meu desejo atrás da grade
Donde sai predestinada e delinquente
- azarando, atraiçoada, a iniquidade
Esta lamúria do meu peito resiliente:
Se ao tocar a dormideira o amor se abre
Faz silêncio, então; que durma esse indecente.
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