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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Knowhow

Knowhow é mais que saber fazer
É sentir o que se faz.

Não sai poesia senão da dor real
não há dor sem paz
nem paz sem bem-querer
(não... paz só há sem bem-querer)

Knowhow e vitrine não se bicam
Há que se passar de gente
a serpente
Acontece, mas não é sempre
Que lhe consente
esconder o nu abismo que eu vejo
entre a palavra e o sentimento

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ela Faz Cinema

Essa música é linda demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais! Ontem, na balada(detalhe), tava conversando com um cara e ele me disse que fazia cinema ou algo parecido. Lembrei dela - que aliás é uma das que estão no cd do meu carro - e a gente ficou cantando, numa disputa desleal com o som psicodélico e ensurdecedor do local. Nenhum dos dois lembrava do início, só do refrão. Aquela agonia de quando se força os neurônios! Primeira coisa que fiz após puxar o cinto?

Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente mais um personagem
Efêmero da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco, prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão me clama

Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém me faz

Eu não sei se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito cantar outra vez
Quando ela jura, não sei, por que, Deus, ela jura
Que tem coração e quando o meu coração se inflama
Ela faz cinema, ela faz cinema, ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem e fim


Chico Buarque de Hollanda

A parte que eu acho mais linda é quando ele diz: "quando ela jura, não sei, por que, Deus, ela jura que tem coração"... ^^

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A Brincadeira

Estou lendo o livro A Brincadeira, do escritor tcheco Milan Kundera, e gostaria de compartilhar uma passagem dele com vocês. Ainda não terminei de ler(na verdade tô me enrolando bastante, as férias estão sendo passadas mais fora de casa que dentro), e por isso não posso dar minha opinião sobre a obra. É claro, contudo, que eu recomendo a leitura, porque o que vem do Kundera é, sempre, no mínimo, excelente. Segue, portanto:

"O importante é ser como se é, não se envergonhar de querer aquilo que se quer, se desejar aquilo que se deseja. Os homens são escravos das normas. Alguém lhes disse que era preciso ser desse jeito ou daquele, então eles se esforçam para ser assim e não saberão nunca como eram nem como são. Conseqüentemente não são ninguém. Mais do que tudo, é preciso ousar ser você mesmo."