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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Um sonho

Este post eu escrevi há um tempo e não publiquei. Agora não tem mais problema. Tá aí:

Puts. Esse foi daqueles.
De acordar e chorar.
De saudade, vontade, angústia...

Ê, realidadezinha.

Como são mais ricos os sonhos. Mais interessantes...
Neles as pessoas que você ama, que nem se conhecem, conversam e andam juntas.
Vêem o que você quer que elas vejam. E você tem coragem para fazer o que sempre quis. Pois no sonho a atmosfera é leve... composta somente da sua essência mais pura.
Como dizem por aí: nada mais nos pertence, além de nossos sonhos. E não há melhor lugar para encontrar alguém. Principalmente quando o sonho antecede a ação.
Expectativas, olhos forçados ao despertar, totalmente fechados, para voltar a enxergar.

O sonho antecede a ação.

Dúvidas

Pois quando se ama, elas surgem
Bem me quer, mal me quer?
Um minuto de silêncio,
E logo o desejo, de esclarecer um "será"

E o peito do amante
Não é um peito comum
É fato que o tempo
Bem mesmo que extenso, não o aquietará

Pois amador que se preze
Leviano, arrojado e sonhador
Não sente pena de, caso aconteça, morrer de dor

Gritará sua prece
A quem se ofereça ouvidor
Pelas migalhas sofridas, dos que não sofrem de amor

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Não, eu não sou feliz.

E nenhum argumento seu vai me convencer do contrário.

Não me venha com o velho clichê "você tem tudo", por favor.
Nem com a porra da merda da expressão "menina mimada"!

Sim, senhor, eu tenho tudo. Sim, senhor, eu tenho uma família linda que me ama, vários amigos e faço faculdade. Não, senhor, eu não moro numa favela. Não, senhor, eu não sei o que é acordar em meio a um tiroteio, nem sei o que é ficar sem ter o que comer durante três dias.

Agora, isso definitivamente NÃOOOOOOOOOOOOOO me tira o direito de expressar minha tristeza, minha indignação e meu cansaço!!! POUPE-MEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE(caralho!!!), dessa merda de obrigação de esconder meu sofrimento só porque EU NÃO SOFRO MAIS DO QUE OUTRAS PESSOAS!!!!!!!!!!!!!!!

É VOCÊ, sociedade HIPÓCRITA, materializada através de VOCÊÊÊÊÊ, MALDITO LEITOR DO MEU BLOG!, e um bando de outros idiotas, inclusive eu, que me dá asco. Porque todo mundo sabe que a culpa de haver fome no mundo é nossa... a culpa de o Brasil ser essa bosta, é nossa!, a culpa de haver tanta violência, É NOSSA. Sim, comeram a porra da maçã da serpente ridícula e agora a gente nasce assim, predestinado. Predestinado a ser rico. Predestinado a ser pobre. Predestinado a ter de assumir a culpa. A culpa herdada da porra dos nossos antepassados, que comeram a infeliz da maçã envenenada.

Tudo bem. Mas será que a gente, no lugar deles, também não teria comido a vermeinha fiadamãe?! É... é isso que nos prende à culpa: a dúvida!

Agora, você que já teve a oportunidade de ir a países de primeiro mundo, como o Canadá, por exemplo. Analise comigo: eles também carregam essa culpa que nós, desgraçados brasileiros, carregamos? Eles têm vergonha de ter dinheiro? Eles têm vergonha de ser infelizes, quando têm tudo para não o ser, e são? Não. Porque lá, todo mundo é igual. Não tem pobre, não tem rico, todo mundo é mediano. Todos são classe média alta, mermão. O governo provê todos os apetrechos que você necessita para manter sua saúde, para se deslocar, para estudar. Há empregos para todos. Então, onde é que NÓS erramos? Onde é que nós tivemos azar nisso tudo?
Terá sido quando Pedro Álvares Cabral atracou aqui? Não poderia ter rumado mais para o sul, quem sabe, Colombo???
Ou não. Nenhuma das alternativas: a culpa disso tudo é que enviaram às nossas terras apenas as prostitutas e os marginais... fomos criados pelos restos da sociedade e, por isso, não soubemos lutar pelos nossos direitos, pela nossa terra e nossas riquezas, ao contrário dos americanos, aqueles bostas?

Se esse tróço aqui foi criado para imortais como eu, que não sabem escrever, terem uma oportunidade de se expôr ao ridículo, então eu vou fazer bom uso.
O que me anda deixando pra baixo nos últimos dias é uma angústia muito grande gerada pela incapacidade de manifestação impositiva em relação aos meus pais.
Achou bobagem? Achou mesquinhez? Achou "coisa de patricinha mimada"? Pare de ler e vá fumar maconha com o resto da sua turma de pseudoperfeitinhos.

O que eu mais queria agora era conseguir um emprego bom, que pagasse minha moradia - nem que fosse dividida com mais cinco, meu estudo (pra eu poder um dia morar sem esses outros cinco), e uma feijoadinha, sábado sim, sábado não...

Sei lá se é crise temporária por superdosagem de casa de pai e mãe, quando se mora fora. Sei lá, às vezes é infantilidade mesmo, ou quem sabe energia sobrando pra protestar contra o governo e que, por falta de iniciativa, ou incentivo, é desviada a assuntos fúteis... O que importa é que eu sentei aqui muito irritada, como vocês puderam perceber, e agora estou bem mais calma.

Obrigada.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos

sábado, 12 de janeiro de 2008

Coração doente

Escuto, penso, seleciono, mas isso tudo me cansa!
Eu já não creio na conversa, já perdi minha esperança.
Você fala, tenta, não desiste,
Eu sei, você é gerador...
Mas eu sou pássaro, asa longa, e tô louco pra usar.

Não quero fugir pra bem longe, e ter no roteiro ligar
Só quero estar lá pra voltar
e voltar só pra ter que te abraçar
Te beijar nessa testa franzida, e dessa vida louca acalmar.

É amor, é respeito, se eu bato na mesa
é que eu sou desse jeito mesmo

Mesmo que você se engane
Mesmo que você se inflame
Pros doentes do coração, pai,
a cura é só grande amor.