Pesquisar este blog

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Falta

O que no peito sobressalta a poesia
É o fio de vida do olhar de quem se ama
Que, ao ser regado pela angústia da partida,
Transborda aos dedos e em caneta vira chama.

Arde e precipita a vertigem do precipício
cansa, a distância, o não alcance, a noite insone.
Não há migalhas, olhares de um segundo
Que matem de um mundo inteiro a fome.

É a poesia que reanima o banido.
Se também o prende, que assim seja,
Seu olhar me atira ao chão, me mata e

se nas páginas não lidas confino meu amor,
também são elas a acolher a transcendência
que em carne nos meus braços - paraíso - vira dor.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário