É o fio de vida do olhar de quem se ama
Que, ao ser regado pela angústia da partida,
Transborda aos dedos e em caneta vira chama.
Arde e precipita a vertigem do precipício
cansa, a distância, o não alcance, a noite insone.
Não há migalhas, olhares de um segundo
Que matem de um mundo inteiro a fome.
É a poesia que reanima o banido.
Se também o prende, que assim seja,
Seu olhar me atira ao chão, me mata e
se nas páginas não lidas confino meu amor,
também são elas a acolher a transcendência
que em carne nos meus braços - paraíso - vira dor.
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