Não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua, essas coisas. Isso também pode ter, mas trata-se de gostar de mulher, num sentido mais profundo. Gostar do universo feminino, observar que cada cuequinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso. Não basta ser heterossexual, o machão latino. Para gostar de verdade de uma mulher, são necessários outros requisitos que são raros.
Por isso as mulheres em geral andam insatisfeitas. Sensibilidade é fundamental, paciência também. O homem que não tem paciência para ouvir a necessidade que a mulher tem de falar ou sensibilidade para cativá-la a cada dia, não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher, o que é bem diferente. Gostar de mulher é algo além, é penetrar no seu universo, deliciar-se com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando o seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, seios.
Mas também cultivar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar o seu sorriso, que é muito mais espontâneo que o nosso. Gostar de mulher é querer fazê-la feliz, levar flores sem nenhum motivo a não ser o de ver o seu sorriso. É ouvir pacientemente todas as suas queixas. O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele comeu durante a vida, mas sim, com a qualidade do sexo que teve. Quantas mulheres ele realizou sexualmente, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida.
O homem que gosta de mulher, não come mulher. Ele penetra não só no corpo, mas na alma, respirando, sentindo, amando cada pedaço do corpo, e, é claro, da personalidade. "Para viver um grande amor é necessário ser da sua mulher por inteiro", afirmou Vinícius de Moraes no poema; Para amar verdadeiramente uma mulher, o homem deve ser totalmente fiel, jamais trai-la! Amá-la até na raiz dos cabelos. Admirá-la, deixar-se apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar e principalmente conquistá-la, seduzi-la, como se fosse a primeira vez. O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para seduzi-la várias e várias vezes, esse, não se iluda, não gosta nem um pouco de mulher.
Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes. Só que alguns homens, os que não gostam de mulher, querem conquistar várias mulheres. Os que gostam de mulher é que conquistam várias vezes a mesma mulher. E isso nos gratifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão. A dimensão da poesia, do amor e em última instância, do impenetrável universo feminino. Gostar de mulher e penetrar no seu universo, não é torná-las cativas, e, sim, libertá-las, admirá-las na sua insuperável liberdade.
Uma das músicas com que mais me identifico é uma em inglês – por incrível que pareça. “Have you really ever loved a woman.” do cantor Bryan Adams. A música foi tema do filme Don Juan de Marco, e numa tradução livre, quer dizer “Já amou realmente uma mulher?". Por toda a música o cantor fala sobre a necessidade de se conhecer os pensamentos femininos, sonhos, dar-lhe apoio, para amar realmente uma mulher. Essa música é perfeita. Como se vê, gostar de comer mulher é fácil, agora, gostar de mulher, é dificílimo!
Autor desconhecido
Have you really ever loved a woman, man?
Aqui tem de tudo. Eco e tino. Sangue e prazer. Amor e fúria. Devaneio e feminismo. Aqui eu abro meu coração sem pretensão. Encho essas páginas para libertar minha mente.
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Em defesa dos poetas
Pois eles deixam o mundo mais belo. Estimulam a bondade das almas. São eles os que defendem as flores, as árvores, o que é bonito na sua simplicidade, e tudo o que não tem defesa própria.
Faça o teste: abra um livro. Coragem, vai. Abra um livro bom! Poesia. Vinicius de Moraes, Fernando Pessoa, velho Braga, Rubem Alves...
ALVES, Rubem. O Amor que Acende a Lua: em defesa das árvores.
Os que têm poder não lêem, e se lêem não levam a sério. As razões que movem a política são as razões dos machados e das serras; não são as razões da beleza. Escrever, pra quê? Para sensibilizar o vizinho que gosta mais de um muro que de um ipê.
Se o mundo fosse povoado apenas por poetas e escritores não haveria guerra.
Um bom livro sempre nos deixa com o coração mais leve.
Coragem, vai.
Faça o teste: abra um livro. Coragem, vai. Abra um livro bom! Poesia. Vinicius de Moraes, Fernando Pessoa, velho Braga, Rubem Alves...
ALVES, Rubem. O Amor que Acende a Lua: em defesa das árvores.
Os que têm poder não lêem, e se lêem não levam a sério. As razões que movem a política são as razões dos machados e das serras; não são as razões da beleza. Escrever, pra quê? Para sensibilizar o vizinho que gosta mais de um muro que de um ipê.
Se o mundo fosse povoado apenas por poetas e escritores não haveria guerra.
Um bom livro sempre nos deixa com o coração mais leve.
Coragem, vai.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
E daí
Proibiram que eu te amasse
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse
E perguntasse a alguém por ti
Proíbam muito mais
Preguem avisos
Fechem portas
Ponham guisos
Nosso amor perguntará
E daí, e daí
Daí por mais cruel perseguição
Eu continuo a te adorar
Ninguém pode parar meu coração
Que é teu
Gal Costa
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse
E perguntasse a alguém por ti
Proíbam muito mais
Preguem avisos
Fechem portas
Ponham guisos
Nosso amor perguntará
E daí, e daí
Daí por mais cruel perseguição
Eu continuo a te adorar
Ninguém pode parar meu coração
Que é teu
Gal Costa
quinta-feira, 17 de julho de 2008
O caçador de pipas
Virei, então, e saí correndo.
Tinha sido apenas um sorriso, e nada mais. As coisas não iam se ajeitar por causa disso. Aliás, nada ia se ajeitar por causa disso. Só um sorriso. Um sorriso minúsculo. Uma folhinha em um bosque, balançando com o movimento de um pássaro que alça vôo.
Mas me agarrei aquilo. Com os braços bem abertos.
Porque, quando chega a primavera, a neve cai derretendo floco a floco, e talvez eu tivesse testemunhado o primeiro floco que se derretia.
- The Kite Runner
AINDA não li.
Tinha sido apenas um sorriso, e nada mais. As coisas não iam se ajeitar por causa disso. Aliás, nada ia se ajeitar por causa disso. Só um sorriso. Um sorriso minúsculo. Uma folhinha em um bosque, balançando com o movimento de um pássaro que alça vôo.
Mas me agarrei aquilo. Com os braços bem abertos.
Porque, quando chega a primavera, a neve cai derretendo floco a floco, e talvez eu tivesse testemunhado o primeiro floco que se derretia.
- The Kite Runner
AINDA não li.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
sobre o tempo
ah, bem melhor seria poder viver em paz, sem ter que sofrer, sem ter que chorar, sem ter que querer, sem ter que se dar. mas tem que sofrer, mas tem que chorar, mas tem que querer pra poder amar. ah, mundo enganador, paz não quer mais dizer amor. ah, não existe coisa mais triste que ter paz e se arrepender, e se conformar e se proteger de um amor a mais. o tempo de amor é tempo de dor. o tempo de paz não faz nem desfaz. ah, que não seja meu o mundo onde o amor morreu.
tempo de amor - vinícius de moraes e baden powell
faz tanto tempo que eu não me encho de sentimentos que chega a ser estranho parar pra escrever. não ultrapassa as amarras da razão se não transborda ou não é rebelde. vira chafé; sem graça. é como ela dizia: você gosta é de emoção. é de chacoalho. de não dormir chorando uma noite e sorrir no dia seguinte.
"não existe coisa mais triste que ter paz, e se arrepender, e se conformar, e se proteger, de um amor amar..."
tempo de amor - vinícius de moraes e baden powell
faz tanto tempo que eu não me encho de sentimentos que chega a ser estranho parar pra escrever. não ultrapassa as amarras da razão se não transborda ou não é rebelde. vira chafé; sem graça. é como ela dizia: você gosta é de emoção. é de chacoalho. de não dormir chorando uma noite e sorrir no dia seguinte.
"não existe coisa mais triste que ter paz, e se arrepender, e se conformar, e se proteger, de um amor amar..."
terça-feira, 8 de julho de 2008
Admirável Mundo Novo
Sob sugestão da amiga Sibelli.
"A vida faz de nós máquinas, mas enquanto tivermos sentimentos seremos humanos..."
Hoje não quero escrever. Quero poupar idéias e fazer sobrar ações. Quero magoar muitos e fazer outros fatalmente felizes. Quero perder amigos e colecionar amantes. Quero revelar sentimentos que lutei para que permanecessem inertes em meu espírito obscuro e medíocre. E quero, pela primeira vez, expor essa minha personalidade aos holofotes seletivos que são os olhos da sociedade. Seria essa a morte do meu "eu-social"? Penso com os olhos sobre o mundo mecânico que nos cerca. A cidade... A cidade não passa de um filme de quinta, com atores tão manipuláveis quanto títeres e que anseiam por seus espaços nos créditos finais, mas não têm a menor capacidade de uma atuação de destaque. Não, definitivamente não é este o meu destino. Eu quero o extremo, o meio já não me interessa. Eu quero alcançar o apogeu do prazer. Acendo um cigarro, me sirvo de whisky - felizmente existe o álcool na vida. Bebo para esquecer, para me libertar de mim, para arrancar todas as amarras com as quais o mundo insiste em me aprisionar. Amanhã, a ressaca aparecerá e revelará inútil o meu esforço, lá fora o circo continuará armado e os palhaços parecerão não perceber o espetáculo incessante do qual participam. Ah, Admirável Mundo Novo*, onde estarão as minhas doses diárias de soma? É certamente a falta delas que me mantêm vislumbrando esse patético mundo do alto ao invés de juntar-me à massa e agir como mais um humano robótico e fabricado. Mais uma dose, mais um cigarro. O silêncio da cidade fervilhando grita e me atira em um oceano sem fundo de loucura, impotência e melancolia. Mais uma dose, mais um cigarro. Os meus olhos testemunham a minha desgraça, como construir um mundo melhor? Como livrar a massa dessa ignorância eterna, desses desejos fabricados? Mais uma dose, mais um cigarro. O mundo já não é tão ruim, os problemas já não são tão graves, as pessoas já não são tão fúteis, talvez ainda haja esperança. Mais uma dose, mais um cigarro. Os problemas parecem supérfluos, o espírito agora anseia pela dança e o corpo anseia pelo prazer. Mais uma dose, mais um cigarro. Saio do meu apartamento, desço as escadas, percorro as ruas e, junto à massa, procuro música e sexo. Encontro-os, como sempre, à minha espera.
*Admirável Mundo Novo - Escrito por Aldous Huxley em 1931, é uma “fábula” futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química (soma) e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono.
U-M L-I-V-R-O S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L
"A vida faz de nós máquinas, mas enquanto tivermos sentimentos seremos humanos..."
Hoje não quero escrever. Quero poupar idéias e fazer sobrar ações. Quero magoar muitos e fazer outros fatalmente felizes. Quero perder amigos e colecionar amantes. Quero revelar sentimentos que lutei para que permanecessem inertes em meu espírito obscuro e medíocre. E quero, pela primeira vez, expor essa minha personalidade aos holofotes seletivos que são os olhos da sociedade. Seria essa a morte do meu "eu-social"? Penso com os olhos sobre o mundo mecânico que nos cerca. A cidade... A cidade não passa de um filme de quinta, com atores tão manipuláveis quanto títeres e que anseiam por seus espaços nos créditos finais, mas não têm a menor capacidade de uma atuação de destaque. Não, definitivamente não é este o meu destino. Eu quero o extremo, o meio já não me interessa. Eu quero alcançar o apogeu do prazer. Acendo um cigarro, me sirvo de whisky - felizmente existe o álcool na vida. Bebo para esquecer, para me libertar de mim, para arrancar todas as amarras com as quais o mundo insiste em me aprisionar. Amanhã, a ressaca aparecerá e revelará inútil o meu esforço, lá fora o circo continuará armado e os palhaços parecerão não perceber o espetáculo incessante do qual participam. Ah, Admirável Mundo Novo*, onde estarão as minhas doses diárias de soma? É certamente a falta delas que me mantêm vislumbrando esse patético mundo do alto ao invés de juntar-me à massa e agir como mais um humano robótico e fabricado. Mais uma dose, mais um cigarro. O silêncio da cidade fervilhando grita e me atira em um oceano sem fundo de loucura, impotência e melancolia. Mais uma dose, mais um cigarro. Os meus olhos testemunham a minha desgraça, como construir um mundo melhor? Como livrar a massa dessa ignorância eterna, desses desejos fabricados? Mais uma dose, mais um cigarro. O mundo já não é tão ruim, os problemas já não são tão graves, as pessoas já não são tão fúteis, talvez ainda haja esperança. Mais uma dose, mais um cigarro. Os problemas parecem supérfluos, o espírito agora anseia pela dança e o corpo anseia pelo prazer. Mais uma dose, mais um cigarro. Saio do meu apartamento, desço as escadas, percorro as ruas e, junto à massa, procuro música e sexo. Encontro-os, como sempre, à minha espera.
*Admirável Mundo Novo - Escrito por Aldous Huxley em 1931, é uma “fábula” futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química (soma) e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono.
U-M L-I-V-R-O S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L
Não procure
Eu encontrei-a quando não quis
Mais procurar o meu amor
E o quanto levou foi pra eu merecer
Antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo jornal
Na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguem dirá
Que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor
A gente é que sabe, pequena
Ah, vai
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia
Eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê
Deve não ser
Você me falou
Pra eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor
Coragem no amor
E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha tv num jeito de te levar
A qualquer lugar
Que voce queira
E ir onde o vento for
Que pra nos dois
Sair de casa ja é
Se aventurar
Ah, vai
Me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém
A fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar eu sigo essa hora
Eu pego carona
Pra te acompanhar
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Sessão Mário Quintana - III
DAS INDAGAÇÕES
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
Sessão Mário Quintana - II
DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Sessão Mário Quintana - I
DA OBSERVAÇÃO
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...
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