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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Soneto de Devoção

Essa mulher que se arremessa, fria

E lúbrica aos meus braços, e nos seios

Me arrebata e me beija e balbucia

Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia

Que se ri dos meus pálidos receios

A única entre todas a quem dei

Os carinhos que a nenhuma outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama

A miséria e a grandeza de quem ama

E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é o mundo! - uma cadela talvez

Mas na moldura de uma cama

Nunca mulher nenhuma foi tão bela.

Vinicius de Moraes

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